Desde o seu surgimento, o Google tem seu lugar entre as maiores empresas de tecnologia da informação, sendo provavelmente a maior. Com uma história de crescimento que anda em paralelo com a da própria internet, o Google, que começou com sua mundialmente famosa ferramenta de busca, desenvolveu ao longo dos anos um número impressionante de serviços comunicacionais para diversos fins. Entre seus serviços de e-mail, compartilhamento de vídeos, mídia social, geolocalização, armazenamento, entre outros, a empresa fundada no fim dos anos 90 evoluiu e se adaptou a cada período de transformações na tecnologia, principalmente no universo social online.
O que pode acontecer, porém, quando esse crescimento chega a uma manipulação e domínio informacionais em níveis fora do controle de todos, exceto pelo próprio Google? Quais os riscos para a cibercultura quando os serviços fornecidos por uma única empresa estão tão enraizados na nossa rotina que não conseguimos seguir com nossas vidas de forma plena?
São esses os questionamentos feitos neste artigo por Emanuella Santos e Marcos Nicolau. Passando por etapas do desenvolvimento das tecnologias da comunicação e informação, da internet e da própria história do Google, eles demonstram como a gigante da informação chegou ao patamar atual simplesmente facilitando de diversas maneiras o acesso a um conteúdo online ilimitado, sem produzir sequer uma ínfima parte dele. Com ferramentas que vão desde as funções mais básicas, como busca, até serviços como o de mapeamento global via satélite, o Google criou um gigantesco império da informação, que modela e transforma desde a maneira como temos acesso à informação até o nosso comportamento em relação a muitas atividades do dia-a-dia. O acesso à grande maioria do conteúdo que consumimos na Internet é fornecido, regulado e controlado pelo Google, que tem até o poder de saber exatamente o que buscamos e, baseado nessas informações, construir um universo virtual particular para cada um de nós. Em períodos da internet como o dos relacionamentos e da participação coletiva, ele soube exatamente como trabalhar as particularidades de cada era para manter a sua. Com um crescimento meteórico, o Google mantém o seu império não só com suas próprias novidades bem-sucedidas quase instantaneamente, mas também adquirindo o controle de qualquer produto ou serviço promissor no mercado, como nos mostram os exemplos como os do YouTube e do Instagram.
Será que há limites para esse crescimento? Até onde o Google pode chegar no controle da informação que consumimos? É possível um domínio total e absoluto de toda a internet?