Não é nenhuma novidade que o crescimento cada vez maior das tecnologicas, principalmente as da informação e comunicação, está afetando todas as esferas da sociedade em escala global a cada nova mudança, seja ela grande ou pequena. Essas duas tecnologias destacadas fazem parte das bases de culturas como a das massas, a das mídias e a cibercultura, e em uma era como a que vivemos, tão influenciada pelo desenvolvimento tecnológico, é imperativo discutir e localizar essas complexas culturas nos seus respectivos períodos históricos em que tiveram mais destaque, e como essas culturas coexistem atualmente.
A autora deste artigo, Lúcia Santaella, começa dividindo os períodos culturais em seis competências: a oral, a escrita, a impressa, a de massas, a das mídias e a digital ou cibercultura. Ela parte da afirmação própria que as transformações culturais não se dão apenas pelas novas mídias, tecnologias e meios de comunicação, mas também pelo conteúdo que circula nesses meios, conteúdo esse que é verdadeiramente capaz de transformar o pensamento e a ação humana.
Primeiramente, define-se a cultura das mídias como formada por misturas entre linguagens e meios midiáticos difusores de conteúdo informação. Essas mídias passaram a ser auxiliadas por diversos produtos tecnológicos que levaram à sociedade uma escolha de consumo amplo e individualizado, em oposição ao consumo massivo da cultura de massas. São esses processos de consumo individual, facil e especificamente encontrado por cada um de nós, que caracterizam a cultura das mídias e servem de ponte para o consumo ainda mais acessível e individual da cultura digital.
Reiterando a mistura que é a coexistência entre as culturas de massas, de mídias e digital, apesar das características de cada uma, Santaella aponta a convergência das mídias presente na cultura digital como a principal responsável pela quantidade cada vez maior de produção e circulação de informação nos dias atuais. A informação é considerada a grande força transformadora deste período cultural, mudando diversos setores da sociedade através da capacidade de acesso que dá a quem a tem em grande quantidade.
Diversos são os tipos de reações ao surgimento da cibercultura. Aqui, três são destacadas: os realistas ingênuos, que não consideram o universo digital uma forma de realidade; os idealistas das redes, que encaram a cultura digital puramente com otimismo; e os céticos, que não crêem ainda no sucesso do ciberespaço e preferem aguardar para ver no que o universo digital vai resultar. Assumindo um tom mais pessoal, Santaella passa a ser mais específica e descreve exatamente o conteúdo das críticos ao mundo digital, que reclamam principalmente na importância e prioridade que o mundo virtual está recebendo, levando a um isolamento em relação ao mundo real e às importantes questões dentro dele. Ela argumenta ainda que devem ser evitadas opiniões extremas, opiniões que ponham a cibercultura ou em uma posição de nossa salvadora ou de nossa destruidora.
Para concluir, este artigo aborda a polêmica questão do que está acontecendo e ainda vai acontecer com o ser humano no tocante da sua relação com a cultura digital. Como a cibercultura e sua relação com a sociedade estão levando a transformações tanto em campos como o da tecnologia e das comunicações quanto no próprio desenvolvimento humano? É de questionamentos assim que surge o termo “pós-humano”, usado para identificar essas grandes transformações e o quanto elas estão afetando a vida humana.
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