sexta-feira, 27 de março de 2015

Wikinomics

A web 2.0 gerou uma série de transformações nos mais diversos setores, incluindo a economia. A variedade de formas de produção e interação fornecida por essa nova geração da internet e dos seus usuários levou a inúmeras possibilidades de se criar, alterar e inovar economias em nível mundial. Ao universo econômico em que todas essas mudanças estão inseridas, dá-se o nome de Wikinomics, a economia da colaboração.

Termo usado para dar nome ao livro de autoria de Don Tapscott e Anthony Williams, o Wikinomics surgiu quando as pessoas começaram a reparar na capacidade que a nova web tem de possibilitar a criação de produtos e serviços de maneiras muito mais fáceis e simples que as convencionais. Na internet colaborativa permeada por comunidades e interações instantâneas, qualquer internauta pode contar com praticamente todo o mundo, seja para ajudá-lo com suas criações, seja para usufruir delas. Pessoas de diversas áreas e setores da economia criando em condições de igualdade, muitas vezes com qualidade igual ou superior aos principais produtores dessas áreas e setores. Através de quatro características principais (abertura, peering, compartilhamento e globalização), o Wikinomics representa um novo mundo econômico e virtual no Século 21, ao qual é preciso se adaptar com rapidez ou fracassar, talvez de maneira irreversível. Grandes empresários fazem cada vez mais sucesso com seus negócios ao largar os antigos métodos operacionais de suas empresas e aceitarem e acolherem para si os benefícios que o compartilhamento de informações com o resto do mundo traz.

Apesar de uma forte oposição de muitos desses principais produtores, a maioria das empresas eventualmente acabou percebendo a força econômica incontrolável que o Wikinomics representa, e imergiu nesse fenômeno. Desde a explosão da economia colaborativa até os dias de hoje, essas empresas vêm criando e inovando em maneiras de extrair cada gota de participação dos seus clientes. Atentas às já citadas quatro características do processo, elas revolucionam cada vez mais na criação e no compartilhamento dos seus produtos e serviços, assim como na abertura dada ao universo externo às empresas e na atuação das mesmas em relação ao planeta como um todo.

Como toda grande transformação na sociedade, o Wikinomics causou impactos muito grandes na maneira que tratamos setores como os da tecnologia, internet, negócios e economia. É compreensível que para muitos setores da sociedade, uma mudança tão rápida e forte seja algo estranho e não tão bem-aceito quanto para pessoas mais acostumadas com a velocidade de crescimento de fenômenos como globalização e web 2.0. Porém, é importante perceber que as alterações na forma como vivemos acarretadas por essa nova web ainda estão em curso, e só poderemos perceber a real dimensão dessas alterações daqui a alguns anos. Mais importante ainda: não há como parar esse progresso. Estamos acostumados com esses transformadores fenômenos tecnológicos e culturais no nosso dia-a-dia de tal modo que os exigimos em tudo que fazemos. Se essa forma de trabalhar a economia irá durar para sempre, não é possível dizer. O que é certo é que precisamos acompanhar seu ritmo ou ficar pra trás.

Web 2.0 e 3.0

Web 2.0 é uma geração revolucionária da internet, desenvolvida em um período de grandes mudanças na forma como a rede mundial de computadores é utilizada. Nessa “nova versão” da internet, serviços e informações são trocados de forma livre, massiva e rápida pelos internautas, de forma aberta, dinâmica, interativa e colaborativa. O usuário da web 2.0 busca por experiências únicas ao acessar a internet, tais como as encontradas em blogs, sites de relacionamentos, mídias sociais, wikienciclopédias, entre outras plataformas virtuais. Nessa geração de comunidades que é a web 2.0, podemos desempenhar tanto o papel de emissor quanto o de receptor de conteúdo, pois nesse novo universo online, qualquer um pode produzir ou colaborar com a produção de outros.

Web 3.0, também conhecida como Web Semântica ou Web Inteligente, como o próprio nome diz, designa a terceira geração da internet. Enquanto a Web 2.0 focou mais na relação colaborativa entre pessoas, sua sucessora foca na organização, otimização e personalização do conteúdo online disponível, de forma que ele esteja disponível de forma ainda mais simples e pessoal para o usuário, por meio de programas inteligentes desenvolvidos para reunir esse conteúdo reorganizado. É um termo um tanto confuso, cuja existência no atual período que vivemos não é um consenso. Alguns dizem que ela já está em curso, enquanto outros rebatem que ela ainda está por se desenvolver nos próximos anos.

sábado, 14 de março de 2015

O Culto do Amador

Vivemos em um período em que a tecnologia está afetando todos os aspectos do nosso cotidiano. Não poderia ser diferente com o acesso e produção à informação e ao conteúdo que permeiam nossas vidas. Com o surgimento e desenvolvimento da internet, é possível não só encontrar, mas também fornecer tudo que estiver ao nosso alcance. E o que é mais impressionante: com a ajuda de pessoas que talvez nunca conheçamos pessoalmente, e de graça.

Essa é uma das premissas da Web 2.0, termo que designa uma etapa da internet pelo qual passamos, composta por comunidades de pessoas desenvolvendo e passando suas contribuições para todo o mundo, na forma de diversas plataformas, como blogs, mídias sociais e wikienciclopédias.

Este é o conceito criticado por Andrew Keen, autor do livro “O Culto do Amador”, no qual parte do teorema do macaco infinito para opinar que a web 2.0 e seus milhões de usuários estão minando as formas tradicionais de mídia, cultura e profissionalismo na produção de conteúdo, informações e serviços.

Segundo Keen, a web 2.0 é responsável por uma quantidade imensurável de material medíocre e de baixa credibilidade, fornecido por pessoas que não possuem base cultural e intelectual para trabalhar com determinados temas, mas que por representar uma parcela cada vez maior dos detentores da produção cultural e midiática, atraem muito mais atenção do que os meios tradicionais e pagos. Esses internautas, dos quais também fazemos parte, seriam o grupo de macacos que comanda a era da produção colaborativa, uma era de produção amadora onde o espectador é o produtor, e vice-versa, e cultuamos uns aos outros.

A democratização do conteúdo proposta pela Web 2.0 é outro ponto criticado pelo autor, que afirma que a consequência desse processo é uma alarmante diminuição na qualidade do que é produzido, pois fica cada vez mais difícil identificar conteúdo autêntico, verídico, de qualidade, feito por profissionais e especialistas, não por adolescentes, leigos e meros entusiastas. O culto do amador estaria nos levando a uma crise econômica dos meios midiáticos e produtores de cultura e entretenimento tradicionais, a um “achatamento da cultura”, à medida que emergimos em um universo onde produzimos e buscamos as informações que consumimos, as verdades que escolhemos para nós mesmos.