sexta-feira, 17 de abril de 2015

Redes Sociais na Internet: Considerações Iniciais

Em uma abordagem simples, Raquel Recuero fala de redes sociais na internet a partir de estudos sobre redes complexas e a funcionalidade destas em mídias sociais como Orkut, e blogs e fotologs.


Partindo da teoria dos grafos de Euler, os estudos na teoria das redes levaram a análises sociológicas de como  as redes sociais são formadas. Tendo como base redes inteiras e redes personalizadas, essas análises estudam elementos como relações, laços sociais e multiplexidade, aplicados em interações entre duas pessoas (díades) ou três pessoas (tríades). De todo modo, a base dessas relações é a interação entre suas partes, o que, em macroescala, gera a teia das redes sociais, que são os locais onde tais interações acontecem.


Três modelos de redes complexas, oriundos de estudos sobre redes com o objetivo de explicar como funcionam, são descritos neste estudo. O de redes aleatórias funciona sobre a premissa de que os nós entre indivíduos e, posteriormente, grupos de pessoas, são formados de maneira aleatória, com uma chance igual para todos de formar cada vez mais conexões. Em um determinado ponto, é inevitável que todos os nós estejam conectados, formando uma rede igualitária.


O modelo de mundos pequenos mostra dois tipos de relações entre membros: entre indivíduos próximos (laços fortes) e entre indivíduos aleatórios (laços fracos). Segundo esse modelo, os laços fracos representam uma importância muito maior para o desenvolvimento das redes sociais que os laços fortes, porque os laços fortes geralmente existem entre pequenos grupos de indivíduos que já se conhecem, e muito bem, ao passo que em uma relação fraca, entre pessoas que pouco se conhecem, as oportunidades para a absorção de novos elementos sociais são muito maiores.


O modelo de redes sem escalas refuta ambos os modelos anteriormente descritos.Seu criador, Laszlo Barabási, acredita que exista uma ordem na forma como as redes sociais são estruturadas, ao contrário da aleatoriedade das redes aleatórias ou das de mundos pequenos. Ele postula uma lei segundo a qual quanto mais conexões um nó possuir, maior serão as chances de mais conexões serem ligadas a ele. A característica igualitária das formações de conexões entre nós das redes aleatórias também não existe no modelo de redes sem escalas, que diz que enquanto a minoria de nós mais ricos, chamados de hubs, está sempre mais bem conectada e crescendo a uma maior velocidade, a maior parte dos nós de uma rede tem poucas conexões.

Após estudar esses três modelos, a autora os aplica nas redes sociais Orkut, blog e fotolog. Ela chega à conclusão de que, apesar de os três modelos apresentarem características válidas aos três tipos de mídias sociais usadas como exemplo, todos são incapazes de englobar com sucesso o funcionamento de uma rede social online por apresentarem falhas como a aleatoriedade da formação de relações, a não-contabilidade de fatores levados em conta por um usuário de redes sociais ao estabelecer uma conexão, a forma pela qual esta conexão é estabelecida e o custo social necessário para se manter uma relação.

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